segunda-feira, 25 de julho de 2011

A busca


A espera se torna mais dura quando não se tem um norte...
os dias tornar-se mais longos e sem sentido...
a busca é sempre em círculos e na escuridão...
e o sofrimento e um sentimento presente...

tateando o nada, respirando fundo!!!
a inconstância, a inquietação...
o aperto no peito, o nó na garganta...
o medo da solidão...
o inexplicável se explica nos átos...

uma vaga lembrança do teu rosto...
uma música que me faz chorar...
o friu, parece mais intenso...
abraço-me só, em meus braços...

parada em frente a mim...
não mais me reconheço neste reflexo...
me perdi, em ti...mais uma vez!!!
e me encontrarei quando enfim retornares!!!
para por fim a esta estória...
infindável,
infundável...
enfim.

(Giselle Figueiredo)

Amantes


amor de súplica, escandaloso...
de entrelinhas, escondido...
o tempo e impróprio, sem hora...
as carícias são intensas e de curto espaço...
os corpos se entrelaçam em segundos...
e em segundos tudo se acaba...
um olhar, nem uma palavra...
beijos intermináveis, molhados...
pé, mão, língua, cabelo...
abraços, apertos, corpo colado...
variações de temperatura...
um furor interno e comum entre os dois...
dentes, unhas, dedos...
sabores incomuns...mistura de fragrâncias...
toques milimetrados, e de fácil acesso...
a hora passa depressa, inimigo relógio...
caminhos diferentes, um olhar ao longe...
um adeus, um até logo...
um momento, só...

(Giselle Figueiredo)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amor fabricado


cores diversas, cetim e leve fragancia...
o correr e mais suave, e sem hora...
pular, tocar, morder...
risos fartos e para todos...
abraços sem motivos...
felicidade instantânea...
que se compra com pouco...
que se fabrica em grande escala...
o momento é o que vale...
cada segundo do que se paga...
o capitalismo dos sentimentos...
o mundo artificial...
o desejo fabricado...
temos de todos os sabores e formatos...
macios, ásperos, grandes e pequenos...
amor de aluguel, de fetiche...
banalizado, escrachado e frequente...
perguntas, e imagens no ato...
riso farto e solto...
um gozo quase que inperseptível...
roupas, sapatos, água..
um número que nunca mais chamará...
um local...
uma lembrança, só...
mais um dia!!!

(Giselle Figueiredo)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

ENCANTO


vidros,alumínio, espelhos...
já não mais vejo, reflexo...
imagem retorcida, falsa, desalinhada...
cores incoerentes, não as mesmas...
movimentos quase que imutáveis...
expressões que não existem em seu natural...
tudo está mudado, as rasuras rabiscadas...
as imperfeições na superfície...profundas!!!
dedos, mãos e pés...imagináveis porém sem definições...
tótens sem formas, sem religião...
santos barrocos, em pleno renascimento...
luzes desfocadas, e uma escuridão interna...
cheiros, sabores e cores de algo desconhecido...
e este desconhecido preenche meus espaços ...
brechas que insistem em manter-se abertas...
que demonstram minhas fraquezas...
que mostram o quanto me rendo a teus encantos...
és boto, iára, serpente...
o cantar me leva ao fundo...
não me acho, não te vejo...
e novamente me afogo em ti...
mais uma vez...
mais uma...
mais...

(Giselle Figueiredo)

terça-feira, 19 de julho de 2011

solidão



o cortar que sinto atravessar meu peito...
o gestos simplórios de suas mãos...
movimentos contraditórios, sem nexo...
beijos secos, sem sabor!!!
o tocar já não surte mais efeito...
o ardor nos olhos vermelhos.
o nó na garganta...
uma música melancólica toca ao fundo...
o piso parece ser mais friu...
cartas, chaves, flores...
o nada me toma o peito...
só o horizonte me resta...
só um sentimento me domina...
o reflexo no espelho já não sou eu...
rugas e uns tristeza profunda vejo nos olhos...
sigo em movimentos aleatórios...
e paro sempre em ti...
meu destino certo, você!!

(Giselle Figueiredo)

domingo, 17 de julho de 2011

Amanhecer


Aquilo que me entorpece e o que me torna forte...
viajo em minhas lembranças sem sair do lugar...
o passado cada vez mais presente, me torna infeliz..
inata a tudo que renego...
sinto minhas forças indo embora...
deixando-me triste, solitária, sem rumo...
o sentimento é algo tão inexplicável...
tão imaturo,tão sem sentido...
que tudo a partir dele se explica...
o alcalino gosto que me vem a boca..
o descompaso, as mãos frias...
o rubor da face, as palavras sem contexto...
sinto-me perdida em momentos...
tomo mais uma taça...
visto-me a vontade e espero o dia amanhecer!!
outro dia, novos momentos...
o mesmo passado...saudoso e dolorido!!!

(Giselle Figueiredo)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

sentimentos


Quando penso em você me sinto flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

Lembrando dos momentos
em que juntos nosso amor se conjugava
em uma só pessoa, nós ...


É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...


A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.
Meu ciúme se abranda com tuas juras
e promessas de amor eterno.


A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...


E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...

Tudo isso acontece porque amo e penso em você...

sábado, 9 de julho de 2011

sotão


Entre sapatos, roupas e outros objetos...
caminho a passos lentos, sobre a fina camada de pó...
que de tão velha já não levanta com o meu pisar ao chão...
meus olhos percorrem todo o local e observa tudo...
em um canto uma pilha de livros de folhas amareladas...
empilhados como se fossem ser vendidos...
títulos diversos e certamente todos ultrapassados...
o tempo alí havia parado...
todas aquelas coisas intactas, e com o ar de história vivida...
me incitam a minha busca...
procuro por algo que eu ali havia guardado a muito...
algo onde eu guardei boa parte de minha vida...
ando em círculos pelo local obscuro, porém de aura neutra!!
vou tateando as paredes e lá bem ao canto...
embaixo a uma pequena janela, eu havia esquecido!!!
certamente neste momento me veio a lembrança daquele dia...
subi aquelas escadas com este baú nas costas...
naquela época meu corpo franzino, quase sucumbiu ao carregá-lo...
lembro-me de telo deixado naquele mesmo lugar...
a chave ao meu bolso, já não esperava por abrir tal cadeado...
minhas mãos tremulas já não sabem mais oque vão encontrar lá dentro...
meus olhos percorrem toda extensão do baú juntamente com minha mão direita...
sento-me ao chão, tiro os sapatos, os óculos...
sinto a poeira do local nos meus pés...
retiro o pequeno pedaço de pano de chita, bordado nas pontas pela minha vó, que estava posto sobre ele...
certamente ela deva te-lo colocado aqui, pela ultima vez que esteve neste sótão...
meu coração palpita tanto, que sinto minha jugular saltar no meu pescoço...
naquele momento em que abri o baú...senti um cheiro forte de naftalina!!!
eu mesma as havia colocado lá, tudo estava do jeito em que deixei...
meus livros, meus cadernos, meus achados...
pequenos objetos que contam uma grande história...
minha mão percorre o interior do baú e pega uma caixinha pequena de sapatos...
la dentro encontrei de tudo, e certamente fotos...
passeio horas a observa-las e lembrar-me dos momentos em que foram tiradas...
a emoção me tomou o peito e cai em prantos de alegria...
como eu fui feliz...todos éramos!!!
os rostos familiares, já não mais estavam por perto...
lembro-me de meus amigos, com tanta nitidez, e saudades!!!
das brincadeiras nas ruas, dos passeios...
voltei a realidade e me vi com uma pequena sacolinha de cor vermelha nas mãos...
sacola amarrada com uma pequena fita de cor preta, tão fina que quase se damancha ao tocar...
abro com delicadeza e meu coração novamente acelera...
não sei certamente o que vou encontrar naquela pequena sacolinha!!!
meus olhos me enganam e não acredito no que vejo...
uma pequena boneca, linda, vestida de princesa, cabeça de porcelana...
cabelos negros encaracolados, boca pintada de vermelho, olhos grandes e castanhos!!!
mãos pequenas, e tão finas...
por um instante, eu me senti imóvel...sem palavras e sem lembranças...
com aquele pequeno ser em minhas mãos...
as lembranças foram ficando mais claras, e me veio a mente o momento.
o dia em que eu segurei aquela boneca nas mãos...
minha mãe não era de fazer surpresas, mais esta dia realmente eu fiquei!!!
sempre estive a espera de algo deste tipo durante muito tempo!!!
hum belo dia minha mãe me aparece com este embrulho!!!
e eu nem imaginava doque se tratava, e deixei em um canto largado por um tempo...
depois sentei a minha cama e abri o embrulho...
nossa fiquei tão surpresa, e tão feliz!! corri e abracei minha mãe...
isso é tudo que veio a minha mente...
sinto que não sei oque procuro...sinto que não vou encontrar!!!
as horas passam e aquele local, ficou ainda mais obscuro!!
tranco meu baú novemante, e lá dentro deixei algo...
hum dia talvez eu volte e este mesmo lugar...
e venha buscar esta felicidade que eu guardo aqui...juntamente com a alegria que deixei hoje!!!
no mais sigo meu caminho!!!
incerto!!!
insano!!!
inseguro!!!

(Gisa Figueiredo)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Curso de formação de maridos


Objetivo pedagógico:
Permite aos homens desenvolver a parte do corpo da qual ignoram a existência (o cérebro).
São 4 módulos:

Módulo 1: Introdução (Obrigatório)
1 - Aprender a viver sem a mamãe. (2.000 horas)
2 - Minha mulher não é minha mãe. (350 horas)
3 - Entender que não se classificar para o Mundial não é a morte. (500 horas)

Módulo 2: Vida a dois
1 - Ser pai e não ter ciúmes do filho. (50 horas)
2 - Deixar de dizer impropérios quando a mulher recebe suas amigas. (500 horas)
3 - Superar a síndrome do "o controle remoto é meu". (550 horas)
4 - Não urinar fora do vaso. (1000 horas - exercícios práticos em vídeo)
5 - Entender que os sapatos não vão sozinhos para o armário. (800 horas)
6 - Como chegar ao cesto de roupa suja. (500 horas)
7 - Como sobreviver a um resfriado sem agonizar. (450 horas)

Módulo 3: Tempo livre
1 - Passar uma camisa em menos de duas horas. (exercícios práticos)
2 - Tomar a cerveja sem arrotar, quando se está à mesa. (exercícios práticos)

Módulo 4: Curso de cozinha
1 - Nível 1. (principiantes - os eletrodomésticos) ON/OFF = LIGA/DESLIGA
2 - Nível 2. (avançado) Minha primeira sopa instantânea sem queimar a Panela.
3 - Exercícios práticos Ferver a água antes de por o macarrão.

Cursos Complementares
Por razões de dificuldade, complexidade e entendimento dos temas, os cursos terão no máximo três alunos.
1 - A eletricidade e eu: vantagens econômicas de contar com um técnico competente para fazer reparos.
2 - Cozinhar e limpar a cozinha não provoca impotência nem homossexualidade. (práticas em laboratório)
3 - Porque não é crime presentear com flores, embora já tenha se casado com ela.
4 - O rolo de papel higiênico: Ele nasce ao lado do vaso sanitário? (biólogos e físicos falarão sobre o tema da geração espontânea)
5 - Como baixar a tampa do vaso passo a passo. (teleconferência)
6 - Porque não é necessário agitar os lençóis depois de emitir gases intestinais. (exercícios de reflexão em dupla)
7 - Os homens dirigindo, podem SIM, pedir informação sem se perderem ou correr o risco de parecerem impotentes. (testemunhos)
8 - O detergente: doses, consumo e aplicação. Práticas para evitar acabar com a casa.
9 - A lavadora de roupas: esse grande mistério.
10 - Diferenças fundamentais entre o cesto de roupas sujas e o chão. (exercícios com musicoterapia)
11 - A xícara de café: ela levita, indo da mesa à pia? (exercícios Dirigidos por Mister M)
12 - Analisar detidamente as causas anatômicas, fisiológicas e/ou psicológicas que não permitem secar o banheiro depois do banho.
O curso é gratuito para homens solteiros e para os casados damos bolsas.

(Fernanda Cristina)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dunas



o vento sopra com violência...
modificando o cenário que eu tinha em mente...
a areia fina, sobe e se deposita em outro lugar...
constantemente, os movimentos me levam a buscar novos rumos...
e esta inconstância, me torna nômade...
não finco raízes, nem firmo sentimentos...
meu destino e tão incerto quanto minhas atitudes...
e o cenário modifica-se novamente...
novos rostos, novas situações, novos desafios...
somente eu, eu só em mim...
todo o resto me compõe, me completa...
sempre deixando brechas a tristeza...
e o nada se torna tão imenso...
quando paro e me sinto só...
tudo é bem mais largo, espaçoso,vazio...
este ultimo me toma o peito, quando o nada se apresenta...
e a areia novamente se move, modificando o cenário mais uma vez!!
e aquilo tudo que eu havia construído, o vento teima em desmanchar...
desfaço tudo e sigo novamente os caminhos longínquos...
e sigo o vento até que ele enfraqueça e me pare...
mais uma vez, é dado início...
desfaço malas, refaço ambientes, amigos...
só uma coisa segue intacta, sem modificações...
o amor que teima em preencher meu peito...
e que me leva pra longe de você...
te amo!!!

(Gisa Figueiredo)



sábado, 2 de julho de 2011

DESCONHECIDO


bem lá ao longe vejo algo aproximar-se...
não sei direito oque seria...
mais sei que é algo bom...
sinto!!! e  meus sentimentos falam bem mais alto agora...
este algo tem nome...
tem forma...
tem sentimentos...
este algo eu quero conhecer...
mais nem sei ao certo o que este algo pretende...
nem sei, ao certo de onde vem...
o tempo passa e oque sinto torna-se maior..
só penso em estar perto...
em tocar, sentir, abraçar...
meu coração se enche de alegria quando o percebo...
e sinto que o mesmo acontece com ele...
nada é tão natural quanto os nossos sorrisos...
os nossos olhares carinhosos...
as brincadeiras, as palavras sem sentido...
mais neste momento tudo é válido...
tudo faz sentido....
até falar de coisas insignificantes...
este algo se aproxima cada vez mais rápido...
e eu estou tão vulnerável...
tão certa é tão incerta...
e o tempo e tão inimigo nesta hora...
passa tão de vagar que consigo contar os milésimos de segundos...
o dia parece nem querer amanhecer...
e quando amanhece corre devagar...
quase que arrastando-se, obscuro, sofrido...
subtraindo tão nobre sentimento...
que não acreditava que fosse tão dolorido...
sinto que este algo está tão próximo...
que quase sinto seu cheiro...
e me faz tão bem...
tanto que nem sei explicar...
só sei que este algo existe...
só isso...

(Gisa Figueiredo)







ÁGUA (JARABE DE PALO)


Como queres ser minha amiga
Se por ti daria minha vida,
Se confundo teu sorriso
Com insinuação se me olhas,
Razão e pele, difícil mescal,
Água e sede, sério problema.

Como queres ser minha amiga?
Se por ti me perderia,
Se confundo tuas caricias
Com insinuação se me mimas.
Paixão e lei, difícil mescla,
Água e sede, sério problema...

Quando se tem sede
mas a água não está perto,
Quando se quer beber
mas a água não está perto.

Que fazer, tu o sabes,
Conservar a distância,
Renunciar ao natural,
E deixar que a água corra.

Como vais a ser minha amiga
Quando esta carta receberes,
Há mensagem há nas entrelinhas,
Como queres ser minha amiga.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Felicidade!!!


Que vem a ser este sentimento!!!
há que diga que é uma coisa maravilhosa...
há quem diga que não existe...
há quem viva a vida toda a procura...
eu não acredito em felicidade...
nem vivo a procura dela...
muito menos acredite que exista uma única felicidade...
eu acredito em momentos felizes...
existem momentos em nossa vida que te fazem suspirar mais fundo...
que te fazem olhar o nada...
que tiram você do eixo...
esse são os momentos felizes...
que te deixam aéreo, abobalhado, sem orientação...
felicidade é algo tão distante...
algo tão sem sentido...
as pessoas vivem em busca de algo que elas nem mesmo sabem oque é..
pois se não sabes oque é felicidade...
como reconhecê-la quando ela bater a sua porta...
como aceita-la, vivê-la, como!!!
acredito que temos um dispositivo incutido em nossas mentes ou coração...
que nos fazem analisar, assimilar, e compreender estes momentos...
é por isso que a entrega e fácil, e intensa...
não pensamos muito em consequencias...
só queremos viver o momento...
e nada além disso, aquilo é o que nos basta por hora...
não nos importamos, com durabilidade...oque existe é só aquele momento...
e nada mais...
esquecemos coisas importantes, que naquele momento...
é tão desimportante, quanto tudo que está ao redor...
oque vale é só o momento...
e a hora corre tão depressa, tão dolorida...
e tudo é tão inesperado...
que não pensamos,não planejamos...
e o depois!!!
o depois é o resultado daquele instante...
que pode perdurar..e dar frutos!!!
ou pode cessar, e tornar-se uma lembrança...
que se tornar-rá um momento feliz...
que será lembrado com carinho...
em momentos de nostalgia, e incerteza...
isto é a felicidade pra mim...

(Gisa Figueiredo)