quinta-feira, 21 de julho de 2011

ENCANTO


vidros,alumínio, espelhos...
já não mais vejo, reflexo...
imagem retorcida, falsa, desalinhada...
cores incoerentes, não as mesmas...
movimentos quase que imutáveis...
expressões que não existem em seu natural...
tudo está mudado, as rasuras rabiscadas...
as imperfeições na superfície...profundas!!!
dedos, mãos e pés...imagináveis porém sem definições...
tótens sem formas, sem religião...
santos barrocos, em pleno renascimento...
luzes desfocadas, e uma escuridão interna...
cheiros, sabores e cores de algo desconhecido...
e este desconhecido preenche meus espaços ...
brechas que insistem em manter-se abertas...
que demonstram minhas fraquezas...
que mostram o quanto me rendo a teus encantos...
és boto, iára, serpente...
o cantar me leva ao fundo...
não me acho, não te vejo...
e novamente me afogo em ti...
mais uma vez...
mais uma...
mais...

(Giselle Figueiredo)

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