domingo, 25 de novembro de 2012

OLHAR INTERNO

Por: Giselle Figueiredo

Na maioria das vezes fico a me perguntar por que somos tão apegados e desapegados! É isso mesmo... Apegamos-nos tanto as coisas e as pessoas e do mesmo modo deixamos tudo de lado, sem muito interesse, sem muito festejo. Desta mesma forma se dá as relações humanas, principalmente entre parentes, não sei como se dá a relação entre pais é filhos, pois eu ainda não sou mãe. Entretanto a relação em outros níveis, é tão superficial quanto à película que envolve o ovo. Não sei se a influencia dos dias atuais nos faz tão egoístas que quase não lembramos que tudo precisa do outro pra que aconteça, pra que tenha sentido, se não, que sentido teria viver em sociedade, qual o sentido das relações humanas? Não sei se este texto é um desabafo ou um pedido de socorro, mais o que sinto agora é simplesmente nada. Os fatos correntes me mostram exatamente o que eu citei, as pessoas parecem que não tem sentimentos, são desprovidos de um linguajar dócil, de gestos nobres, de palavras sinceras, e eu me pergunto que tempo é este em que vivemos? Será um tempo de desconstrução mesmo, como propôs Jacques Derrida, quando afirma que as palavras não têm a capacidade de expressar tudo o que se quer por elas exprimir, de modo que palavras e conceitos não comunicam o que prometem e é nesse ponto que Derrida entra na TC. Para ele as lacunas na escrita e na fala são inevitáveis; é a capacidade de serem modificados no pensamento, na expressão e na escrita que torna os conceitos incompletos. Assim, aquilo que dizemos e ouvimos só será de fato verdade, quando o vir como algo incompleto e aceitarmos desconstroír; e se não o fizermos, a evolução sócio-tecnológico-produtiva o fará por nós, como já o fez como os dogmáticos conceitos de família, território, afeto, direito e etc. o pensamento de Derrida, estende-se a linguagem, ou seja, o que há de obscuro nas entrelinhas, o que lemos e não compreendemos, oque podemos sorver de um texto além do que o autor realmente queria expressar. Esse conceito de desconstrução nos faz pensar sobre como estamos vivendo hoje. Você olha uma pessoa nos olhos, enquanto ela te fala sobre alguma coisa que pra ela é a mais pura verdade, porque ela criou aquela ideia, mais você munido de outros argumentos anteriores à conversa, discorda internamente do que ela diz, pois você acredita em outra verdade. Isso é uma constante nos dias atuais, não se tem mais veracidade no que falamos e ouvimos nem mesmo no que escrevemos, sempre existe algo entrelinhas, que só quem iniciou o processo sabe. E ficamos a nos questionar se avida sempre foi assim ou se começou a ficar deste jeito, sempre achamos motivos pra culpar alguém ou alguma coisa ou algum fato que nos livre da culpa de nossos relacionamentos frustrados com o mundo. A bola da vez é globalização que estreitou laços e quase fez sumir as relações pessoais, a internet, a tecnologia, tudo isso aproxima e afasta, me fazendo voltar ao ponto inicial deste texto quando afirmo que nos apegamos e desapegamos com a mesma facilidade. Tudo é muito confuso, tão confuso que vou acabar o texto sem ter realmente escrito aquilo que eu queria escrever. Talvez alguém vá ler este texto e dizer que estou certa de minhas afirmações, mais talvez alguém também vá ler e dizer que eu falei exatamente o que meu coração quis dizer segundo a ideia da desconstrução. Fica a dica! Beijos carinhos.


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