Por: Giselle Figueiredo
Na maioria das vezes fico a
me perguntar por que somos tão apegados e desapegados! É isso mesmo... Apegamos-nos
tanto as coisas e as pessoas e do mesmo modo deixamos tudo de lado, sem muito
interesse, sem muito festejo. Desta mesma forma se dá as relações humanas,
principalmente entre parentes, não sei como se dá a relação entre pais é filhos,
pois eu ainda não sou mãe. Entretanto a relação em outros níveis, é tão superficial quanto à película que envolve o ovo. Não sei se a
influencia dos dias atuais nos faz tão egoístas que quase não lembramos que tudo
precisa do outro pra que aconteça, pra que tenha sentido, se não, que sentido
teria viver em sociedade, qual o sentido das relações humanas? Não sei se este
texto é um desabafo ou um pedido de socorro, mais o que sinto agora é
simplesmente nada. Os fatos correntes me mostram exatamente o que eu citei, as
pessoas parecem que não tem sentimentos, são desprovidos de um linguajar dócil,
de gestos nobres, de palavras sinceras, e eu me pergunto que tempo é este em
que vivemos? Será um tempo de desconstrução mesmo, como propôs Jacques Derrida, quando afirma que as palavras não têm a capacidade de expressar tudo o que se quer
por elas exprimir, de modo que palavras e conceitos não comunicam o que
prometem e é nesse ponto que Derrida entra na TC. Para ele as lacunas na
escrita e na fala são inevitáveis; é a capacidade de serem modificados no
pensamento, na expressão e na escrita que torna os conceitos incompletos.
Assim, aquilo que dizemos e ouvimos só será de fato verdade, quando o vir como algo
incompleto e aceitarmos desconstroír; e se não o fizermos, a evolução
sócio-tecnológico-produtiva o fará por nós, como já o fez como os dogmáticos
conceitos de família, território, afeto, direito e etc. o pensamento de
Derrida, estende-se a linguagem, ou seja, o que há de obscuro nas entrelinhas,
o que lemos e não compreendemos, oque podemos sorver de um texto além do que o
autor realmente queria expressar. Esse conceito de desconstrução nos faz pensar
sobre como estamos vivendo hoje. Você olha uma pessoa nos olhos, enquanto ela
te fala sobre alguma coisa que pra ela é a mais pura verdade, porque ela criou
aquela ideia, mais você munido de outros argumentos anteriores à conversa,
discorda internamente do que ela diz, pois você acredita em outra verdade. Isso
é uma constante nos dias atuais, não se tem mais veracidade no que falamos e
ouvimos nem mesmo no que escrevemos, sempre existe algo entrelinhas, que só
quem iniciou o processo sabe. E ficamos a nos questionar se avida sempre foi
assim ou se começou a ficar deste jeito, sempre achamos motivos pra culpar
alguém ou alguma coisa ou algum fato que nos livre da culpa de nossos
relacionamentos frustrados com o mundo. A bola da vez é globalização que
estreitou laços e quase fez sumir as relações pessoais, a internet, a
tecnologia, tudo isso aproxima e afasta, me fazendo voltar ao ponto inicial
deste texto quando afirmo que nos apegamos e desapegamos com a mesma
facilidade. Tudo é muito confuso, tão confuso que vou acabar o texto sem ter
realmente escrito aquilo que eu queria escrever. Talvez alguém vá ler este texto
e dizer que estou certa de minhas afirmações, mais talvez alguém também vá ler
e dizer que eu falei exatamente o que meu coração quis dizer segundo a ideia da
desconstrução. Fica a dica! Beijos carinhos.
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